Elvis Presley
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Elvis Aaron Presley nasceu em circunstâncias muito pobres, na cidade de Tupelo, no estado americano do Mississippi, no dia 8 de janeiro de 1935. Filho do casal Gladys e Vernon, foi o único sobrevivente de um difícil parto de gêmeos. Algum tempo depois, em busca de uma vida mais promissora, sua família mudou-se para Memphis (Tennessee), onde Elvis trabalhou em várias atividades – entre elas, lanterninha de cinema e motorista de caminhão.
Suas influências musicais eram o country, o gospel (que ele ouvia na igreja) e o rhythm & blues, que absorveu da comunidade negra. Em 1954, iniciou sua carreira no lendário selo Sun Records e gravou seus primeiros rockabillys (That’s All Right, Mama e Blue Moon of Kentucky, entre outros) acompanhado do guitarrista Scotty Moore e do contrabaixista Bill Black.
Antes, porém, Bill Haley já havia obtido sucesso, em 1952, com a canção Crazy Man Crazy e estourado mundialmente com Rock Around the Clock. Causou tamanha euforia, que os meninos passaram a destruir os teatros onde ele se apresentava.
A partir daí, surgiram vários talentos interessados no novo gênero: Chuck Berry, Jerry Lee Lewis, Roy Orbison, Carl Perkins, Little Richard, Bo Diddley e Johnny Cash, por exemplo. Também foram resgatados os verdadeiros criadores do rock, os antecessores do rhythm & blues, entre os quais Big Joe Turner, Ray Charles, Fats Domino e Ike Turner.
Em 1955, Elvis conheceu aquele que viria a ser seu empresário por toda a vida, o “coronel” Tom Parker, cuja biografia é cercada de polêmica, assim como sua atuação empresarial – Parker ficou conhecido por explorar ao máximo seu pupilo.
Em março de 1956 – agora na RCA – Elvis lançou seu primeiro álbum, que em pouquíssimo tempo alcançou a primeira posição na Billboard e lhe deu seu primeiro disco de ouro, além de abrir caminho para ele se aventurar no cinema com os filmes Love Me Tender, Loving You, Jailhouse Rock e King Creole.
Elvis foi implacavelmente perseguido pelos segmentos reacionários norte-americanos. Achavam-no vulgar, por encarnar uma estética popular cuja interface negra – o rock n’ roll – era motivo de vergonha para qualquer cidadão de pele branca. Por isso, em suas apresentações na TV, ele era filmado apenas da cintura para cima, devido a seus requebros nada condizentes com a moral e os bons costumes, embalados pelo “ritmo do diabo”.
Por essa época, o cantor comprou a mansão Graceland e, em 1958, foi convocado pelo exército e serviu na Alemanha. Seu empresário não perdeu a oportunidade de explorar comercialmente o fato e aproveitou-se dele para tornar Elvis um exemplo para a juventude que estava “se desvirtuando” e expandir sua faixa de público, mesmo em meio ao trauma vivido pelo artista com a perda da mãe.
Elvis voltou da Alemanha diretamente para o cinema, passando a gravar apenas baladas e música romântica. Entre 1960 e 1965, estrelou vários filmes com muito sucesso. Apesar disso, alguns críticos reclamavam por não darem a ele personagens mais profundos, que não se resumissem ao garoto rodeado por meninas e festas.
Em agosto de 1965, os Beatles lhe fizeram uma visita em Los Angeles, onde promoveram uma breve jam session em que John Lennon tocou guitarra e Elvis assumiu o contrabaixo. O quarteto estava entre seus maiores fãs e reclamou por ele ter abandonado o rock n’ roll.
O ano de 1967 foi um divisor de águas na sua carreira, com o lançamento do álbum gospel How Great Thou Art, que vendeu bastante e foi agraciado com um Grammy. Elvis aprimorava cada vez mais seus vocais e alcançava um novo patamar como artista.
Casou-se com Priscilla Ann Beaulieu, que conheceu quando servia na Alemanha, e, em 1968, nasceu sua filha Lisa Marie (que, nos anos 1990, se casaria com outro “rei” do pop, Michael Jackson).
Elvis se apresentou na TV com o show 68’ Comeback Special, numa performance excepcional. Alguns clássicos do princípio da carreira (Heartbreak Hotel, Hound Dog, All Shook Up, Jailhouse Rock, Love Me Tender), sucessos da década de 1960, além de algumas músicas inéditas, constaram do set list. O especial veio ao encontro das expectativas de músicos e antigos fãs, que sentiam saudade do Elvis roqueiro, há muito esquecido.
No ano de 1969, ele retornou aos palcos com grandes espetáculos e figurinos extravagantes, cravejados de pedras e brilhos. A reestreia se deu no Cassino de Las Vegas, onde passou a realizar pelo menos duas temporadas anuais – entre 1969 e 1977 –, que o levaram a contabilizar cerca de 1.100 shows, intercalados por esticadas no Havaí.
Em meio a tanta glória, sua vida pessoal não ia bem, entretanto. Em 1972, Priscilla separou-se dele e deixou Graceland com Lisa Marie. Ele, então, começou um romance com a Miss Tennessee, Linda Thompson, e ganhou novo ânimo – ela sabia como lidar com os ups e downs do “rei”, aguentando o ritmo de um megastar do seu quilate.
A partir de 1974, ele já apresentava sinais de cansaço das constantes turnês e pouco a pouco suas performances perderam o pique. Acima do peso e viciado em remédios controlados, Elvis passou a apresentar sérios problemas de saúde, que o levaram a evitar o público. Em junho de 1977, fez seu último show em Los Angeles e, no dia 16 de agosto, um colapso fulminante sofrido na residência de Memphis decretou o fim de uma vida dedicada à arte.
Sua morte transformou seu significado e de ídolo Elvis passou a mito. Ele estrelou 33 filmes e vendeu em torno de um bilhão de discos, número superado apenas pelos Beatles. Tornou-se a figura mais “clonada” no mundo, com a maioria dos covers ostentando seus trajes kitsch, e Graceland, sua suntuosa mansão, local de peregrinação constante.
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