MICHAEL JACKSON
Por: Angelo Campos
Michael Joseph Jackson nasceu em Gary/Indiana, em 29 de agosto de 1958, era o sétimo filho de Joseph e Katherine Jackson. Ele vivia em uma casa de dois quartos com os pais e os irmãos Rebbie, Jackie, Tito, Jermaine, LaToya e Marlon, e os mais novos, Randy e Janet. De acordo com as regras do pai, as crianças eram mantidas trancadas enquanto ele trabalhava até tarde, entretanto, ele escapavam frequentemente para os vizinhos, onde cantavam e faziam música. Um dia Joseph tomou consciência do talento dos filhos e resolveu ganhar dinheiro com isso. Assim, saíram de Indiana para trabalhar na Califórnia.
Eles sofriam constantes abusos do pai, que batia e os aterrorizava psicologicamente, supervisionando os ensaios com um cinto na mão. A rotina começava cedo quando iam para a escola, na volta faziam os deveres de casa, ensaiavam e depois viajavam para se apresentar; iam dormir tarde da noite. Contrariando as orientações passadas por uma mãe zelosa, os meninos eram levados para apresentações em clubes noturnos, partilhando o palco com strippers. As aventuras sexuais que o pai e os irmãos induziram Michael a participar afetaram sua vida, pois sentia pavor com aquilo – afinal ele tinha 9 anos.
O grupo foi contratado pela Motown, depois de uma demonstração para todo o cast da gravadora no aniversário de Diana Ross – entre eles estavam Stevie Wonder e Dionne Warwick. Ficaram impressionados. Com apenas 13 anos, Michael e os irmãos colocaram quatro canções no topo das paradas, e como resultado da fama ganharam até um desenho animado que era veiculado na TV. No entanto, ele não tinha tempo para viver uma infância normal, e um de seus ressentimentos é nunca ter podido jogar bola com outros meninos.
Michael iniciou sua carreira solo pela mesma Motown, lançando os álbuns Got to Be There, Ben, Music & Me, Forever, Michael e Dancing Machine, todos com pelo menos um sucesso mundial. Em 1978, ele co-estrelou The Wiz (filme baseado no Mágico de Oz) com sua madrinha artística Diana Ross.
Disposto a dar um novo salto na carreira, assinou contrato com a gravadora Epic/Sony Music, e seus álbuns passaram a ser produzidos pelo músico e maestro Quincy Jones (que havia trabalhado com Frank Sinatra) e se tornaram os mais vendidos mundialmente: Off the Wall (1979, com o sucesso Don’t Stop ‘til You Get Enough), Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991) e HIStory (1995).
Thriller é o seu sexto trabalho de estúdio, onde iniciou uma associação com temas mais obscuros. Obteve um recorde de oito Grammy Awards e 33 discos de Platina e, em um ano, tornou-se o álbum mais vendido de todos os tempos, com aproximadamente 60 milhões de cópias – os singles Billie Jean e Beat it lideraram a lista da Billboard. O clipe feito para a música Thriller tem quase 14 minutos de duração e foi lançado numa campanha acachapante. Além de tocar em todo o mundo, a MTV americana o exibia de hora em hora, sendo o mais copiado em apresentações amadoras em praças, escolas e presídios.
Em 1984, Michael passou muito perto da morte, quando fazia um comercial para a Pepsi. Ocorreu um acidente com os efeitos pirotécnicos numa tomada de cena, seu cabelo pegou fogo, e quando ele se deu conta já era tarde, sofreu graves queimaduras no couro cabeludo e no rosto. Passou por algumas cirurgias e se tornou usuário constante de analgésicos.
Produções como Black or White, Scream (com a irmã Janet), Earth Song mantiveram a alta rotatividade de seus vídeos durante a década de 1990. Inspirado no ídolo James Brown, Michael havia criado um estilo próprio de dança, e a cada lançamento ele trazia um passo inovador. Mas moonwalk era muuuito antigo, usado por dançarinos da década de 1950, como Bill Bailey por exemplo.
Michael tinha fixação pela fama e grandeza, e procurou ter seu nome ligado a outras figuras importantes. No disco Thriller fez parceria com Paul McCartney, gravando juntos a canção The Girl is Mine e, em 1983, fizeram a música e o clipe Say, Say, Say. Paul tinha uma pendência de direitos autorais da época dos Beatles, e a empresa que detinha as obras foi colocada à venda. O preço era exorbitante, e Paul e Yoko Ono – a outra parte interessada – aguardaram um momento propício para dar os lances; mas Michael simplesmente foi lá e arrematou tudo, tornando-se dono das canções da dupla Lennon & McCartney.
Outro episódio foi seu casamento com Lisa Marie Presley, filha de Elvis (ela, de Graceland, ele, de Neverland), que durou menos de dois anos, embora ela afirme que se amavam de verdade e que os tutores da saúde de Michael é que mudaram sua cabeça, nascendo daí as desavenças que culminaram na separação. Mas se encontraram várias vezes depois disso.
Ele foi um notável filantropo e humanitário, doando milhões de dólares a causas beneficentes e mantendo 39 centros de caridade, além de visitar hospitais infantis em suas turnês. No entanto, outros aspectos da sua vida pessoal, como a mudança de sua aparência – plástica no rosto e tratamento de pele devido ao vitiligo –, geraram controvérsias a ponto de prejudicar sua imagem.
Em 1993, ele foi acusado de abuso infantil quando estava em plena turnê, e seus advogados negociaram com a família do garoto para evitar um processo (a suposta vítima confessou depois que foi obrigado por seu pai a admitir que foi molestado). Michael foi processado em 2003 pelo mesmo motivo, agora pela família de um menino que ele ajudou no tratamento de um câncer; dessa vez enfrentou e venceu a causa. A justiça e a imprensa criaram um verdadeiro circo, expondo-o em todos os níveis possíveis, e isso afetou sua saúde. Certo de que não poderia confiar em mais ninguém, afastou-se de Neverland e parou de receber visitas.
Além de mais de 30 crianças (entre elas o ator Macaulay Caulkin) que conviveram com Michael e defenderam sua lisura, uma grande aliada era a atriz Brooke Shields. Eles começaram uma amizade quando ela tinha apenas 13 anos e namoraram na década de 1980. “Não havia tensão sexual entre a gente e nada que viesse dele podia me aborrecer, ele era como uma criança”, afirmou ela.
Michael casou-se com sua enfermeira Debbie Rowe, e teve dois filhos, Paris e Prince – com quem passava quase todo o tempo, inclusive cozinhavam juntos –, depois teve Blanket, ou Bigi, de mãe desconhecida.
O astro estava afundado em dívidas, e isso o obrigou a voltar para a estrada. Enquanto preparava a nova turnê This is It, ele sofreu intoxicação provocada por um coquetel de analgésicos aliado a anestésico, em 25 de junho de 2009, e faleceu após uma parada cardíaca (seu médico foi condenado pelo incidente). Sua morte causou uma grande comoção, e o funeral teve uma audiência global de mais de 3 bilhões de pessoas.
Michael esteve no Brasil em 1974, em sua turnê junto com seus irmãos do Jackson 5, depois voltou em 1993, com dois shows em São Paulo. Em 1996, veio para gravar o clipe da música They Don’t Care About Us – direção do cineasta Spike Lee –, no Rio e em Salvador, com participação do grupo Olodum.
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