Bob Dylan

Enquanto lê o post abaixo, ouça os grandes sucessos de Bob Dylan clicando aqui.

Robert Allen Zimmerman é neto de imigrantes judeus russos, aos dez anos escreveu seus primeiros poemas e aprendeu piano e guitarra sozinho quando adolescente.

Começou cantando em grupos de rock, imitando Little Richard e Buddy Holly mas, quando foi para a Universidade de Minnesota em 1959, voltou-se para a folk music influenciado pela obra do lendário cantor Woody Guthrie. Adotou o nome de Bob Dylan porque era fã do escritor Dylan Thomas – sendo que Bob é diminutivo de Robert.

Seu primeiro trabalho intitulado Bob Dylan, de 1962, teve pouco êxito comercial e a gravadora Columbia queria dispensá-lo, mas o produtor John Hammond o defendeu vigorosamente com a ajuda do astro Johnny Cash. Em seu segundo álbum, The Freewheelin’, começou a fazer seu nome com canções de protesto, e a faixa Blowin’ in the Wind teve muitas versões tornando-se um sucesso internacional com Peter, Paul and Mary.

Vinil da Semana

A voz áspera e anasalada de Dylan era perturbadora para alguns ouvintes, ao mesmo tempo que uma atração para outros. Muitas de suas primeiras músicas alcançaram o público através de versões mais palatáveis de outros intérpretes, como Joan Baez que se converteu em uma companheira de longo tempo. Porém, muitos outros obtiveram sucesso com suas canções adotando uma batida pop e mudando o ritmo – como os Byrds, que gravaram um álbum só com músicas do ídolo.

A variedade de material somada à inovação impressionou muitos ouvintes, incluindo os Beatles. Num encontro arranjado para eles se conhecerem – em Nova York, em 1965 –, Bob elogiou as músicas e o resgate original que os ingleses fizeram com o rock n’ roll; mas puxou suas orelhas, pois os temas em geral eram muito juvenis. Resultado: os Beatles melhoraram suas letras e Bob Dylan adotou de vez a guitarra.

Ele mudou de rumo afastando-se do folk e voltando-se para canções mais pessoais e introspectivas; eletrificou sua música e passou a tocar com uma banda de blues-rock (The Band), chocando as plateias. Foi vaiado por uns dois anos em seus shows, sendo chamado de Judas, mas ele sempre negou seu engajamento a qualquer causa, grupo ou estilo.

Vinil da Semana

Em Highway 61 Revisited, seu sexto álbum de estúdio (de 1965) ele inovou nas combinações para criar músicas que capturaram o caos político e cultural da América – muitos afirmam que, num certo sentido, a década de 1960 começou com este álbum. Em 2001 o disco ficou na quarta posição na lista dos 500 Melhores Álbuns de Sempre da revista Rolling Stone, e a canção Like a Rolling Stone foi classificada em primeiro lugar na lista das 500 melhores canções do século XX (o nome Rolling Stone foi tirado de uma música do bluesman Muddy Waters, e existe um ditado que diz: “Pedras rolantes não criam musgo/Rolling stones gather no moss”).

Em 1966 Dylan lança o aclamado LP duplo Blonde on Blonde e sofre um grave acidente de moto que o afastou dos palcos e gravações até 1968. Em seu retorno surpreendeu com o álbum John Wesling Hardin, fortemente influenciado pelo country, tendência que acentuou-se no trabalho seguinte, Nashville Skyline. Limitou-se a apresentações esporádicas, das quais a mais importante foi sua participação no Festival da Ilha de Wight em 1969, além do Concerto para Bangladesh, organizado por George Harrison em 1971.

No início dos anos 1970 Dylan não estava muito inspirado para compor, com álbuns razoáveis e apenas algumas canções de destaque. Mas ao voltarem as turnês, retornam a evidência e o sucesso, principalmente pelo elogiado duplo ao vivo Before the Flood (1974). Depois produz Blood On Tracks e Desire, de onde saiu o sucesso Hurricane (a história de um pugilista negro condenado à prisão injustamente, cuja biografia se transformou num filme estrelado por Denzel Washington em 1999).

Após se divorciar da esposa Sara Lownds com quem viveu de 1965 a 1977, Dylan passou por uma crise pessoal que refletiu no seu trabalho. Converteu-se ao cristianismo no período mais controverso e polêmico de sua carreira, pois investiu em canções com temática religiosa de onde saíram três discos: Slow Train Coming, Saved e Shot of Love.

Com Infidels, de 1983, volta-se inesperadamente para suas raízes judaicas e parece reencontrar certo equilíbrio artístico. Em 1985 participa do especial We Are the World com outros 40 grandes nomes da música norte-americana – entre eles Michael Jackson, Tina Turner, Ray Charles, Stevie Wonder – pela campanha contra a fome na África. Essa gravação tornou Bruce Springsteen famoso mundialmente, pois ele era pouco conhecido fora dos EUA.

Vinil da Semana

Depois de uma turnê com a lendária banda Grateful Dead, ele lança Oh Mercy (1989), e volta às paradas com o super-grupo Traveling Wilburys, formado com os amigos George Harrison, Tom Petty, além de Jeff Lynne e Roy Orbison (roqueiro da primeira leva e autor de Pretty Woman).

Em 1992 é realizado um show-tributo em grande estilo, com a participação de vários nomes do rock, do country e do soul cantando suas músicas. Lança o álbum Time Out Of Mind que ganha vários Grammy (2001).

Martin Scorsese produz o documentário No Direction Home, que flagra os anos iniciais da carreira de Dylan. Em 2006 sai Modern Times, álbum com o qual, pela quarta vez na carreira, conquistou a liderança do ranking dos mais vendidos dos Estados Unidos.

Bob Dylan não é apenas um músico legendário como também um pintor apaixonado, em 2010 expôs sua coleção Brazil Series em Copenhague/Dinamarca. Escolheu o Brasil como tema porque esteve aqui várias vezes e gostou do ambiente; os quadros mostram flagrantes da vida nas cidades, nas favelas e no campo.



  • música
  • prefácio
  • rock
  • vinil da semana
  • vinildasemana


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *